domingo, 27 de novembro de 2016

Ruínas de hoje, ruínas de amanhã...

Este título parece ser um pouco descabido... Mas tem uma razão de ser! Tem a ver com um blog que encontrei por acaso: http://ruinarte.blogspot.pt/

O autor retrata, fotografa, descreve, exibe... enfim... o degredo em que se encontra o nosso país, as obras inacabadas (ou acabadas mas esquecidas de serem "continuadas"), monumentos/ edifícios esquecidos.

Desde pequena que eu olho para ruínas e questiono-me sempre o que terá acontecido para tal construção se encontrar de tal forma degradada. Apetece-me espreitar, conhecer a história, saber o porquê de determinado edifício ter chegado àquele estado. Apetece-me estudá-lo, investigá-lo. Lógico que isto fica apenas nos meus pensamentos, só em alguns é que faço uma análise mais profunda, dentro dos meus conhecimentos. Mas é daquelas coisas que fica só p'ra mim "Epá este parece-me ser do estilo barroco, ou seja, deve ser do sec. XVI ou XVII" pois sou muito inculta para poder continuar a analisar muito mais além.

Por essa razão, achei super curioso este blog de Gastão Brito e Silva, mentor do projeto Ruin'Arte.



O post que vi sobre o Teatro Variedades deixa-me um tanto desolada. Infelizmente, não vou ao teatro como gostaria, mas ao ver aquelas imagens parece que tenho uma parte que de mim quer sair, a querer estar lá mas no espaço que poderia ser, não no espaço que é.

Só de pensar nas oportunidades que aquele espaço poderia trazer, na cultura que poderia ser livremente "esbanjada", por ser esta quase inexistente ou tão pouco valorizada em Portugal.

Esta imagem foi retirada do blog que acima mencionei 


É essa a razão que faz este tipo de "coisas" não serem levadas adiante como projetos, não terem continuidade, não serem levadas a sério. O que custa investir em "coisas" que realmente valem a pena? É realmente produtivo investir em sucessos que apenas agradam o olhar de muitos mas que não têm nenhuma utilidade? Isso para mim é entretenimento barato...

Representar é uma arte, a construção do espaço também o foi mas vai definhando a cada dia que passa, tal como mentes obscenas e perversas que apostam no querer e fazer parecer, no mórbido pensamento de sexualizar jovens que os leva a uma pequenez no intelecto, em beleza e aparência, na imagem sexualizada e banal da sociedade... Se bem que acho que o Teatro Variedades se encontra mais próximo da categoria de "intacto" do que esta sociedade.

Na realidade, queria apenas dizer que este blog é fantástico e que o autor conseguiu despertar em mim aquele sentimento em que um pedaço de nós (portugueses) se encontra degradado, em que aquele pedaço de cimento é meu e não o posso devolver ao sítio a que pertence. Fomos suplantados pela política, economia e pela tecnologia.

Está naquela imagem uma parte de Camões, uma parte de Garrett; uma parte de Lisboa, uma parte de Portugal; uma parte de mim, uma parte de ti...


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