sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Política vs Entretenimento

Sempre me questionei qual seria a razão que me faria ter um pequeno interesse que fosse pela política e tudo o que a si diz respeito.
Durante anos que eu vivi (e vivo) na ignorância de nada saber sobre política nem quais os ideais que cada partido defende, pelo que, desde que completei 18 anos apenas votei uma única vez.
O voto é um direito que todos os cidadãos têm a partir do momento que completam a maioridade.
Ora bem, sendo este um direito que nos foi concedido face às inúmeras alterações que se deram na sociedade e desde que isto começou a ser possível, independentemente do género ou do que quer que seja, penso que a população no geral deveria estar bem mais informada acerca de princípios básicos relacionados com a política.



Continuo a ser leiga na matéria, mas pelo menos a minha noção acerca desta área melhorou um pouco, no entanto, gostaria de saber verdadeiramente o conceito de política em Portugal.
Não existe nenhuma disciplina que apele ao bom senso e ensine os alunos na escola a ter voz nesta matéria. Isto é um cenário dramático, na minha opinião e passo a explicar porquê.

Há uns anos, soube de uma aluna do secundário que, apesar de tudo, votou. Se o fez da forma correta? Duvido... Confidenciou a razão pela qual tinha votado em determinado indivíduo, razão esta de suscitar perplexidade e incredulidade: O nome da pessoa em questão, ou melhor dizendo o apelido, era o mesmo de uma marca de um produto alimentar e esta foi a razão que a levou a votar neste indivíduo.
Porque razão eu nunca me lembrei de votar numa qualquer Maria por me lembrar das tradicionais bolachas Maria? Não me fosse dar fome entretanto e a Maria estaria lá para mim e para mais 10 milhões de portugueses quando a fome nos assistisse. Cá entre nós, só é pena eu não gostar de coelho...
Parece incrível mas não é. Esta pessoa simplesmente votou com base na ignorância, da qual é reflexo o nosso país.




O prato do dia por aqui é votar nos inteligentes participantes da Casa dos Segredos. Aqui há uma opinião formada, uma panóplia de apresentações nas revistas cor-de-rosa, um quase sem fim de pseudo-workshops em direto que nos faz ter direito a um diploma intelectual que nos permite ser parte integrante da TVI.
Claro que devemos valorizar o entretenimento e as casas dos segredos - em todo o lado existe uma e a política não deixa de ser exceção à regra e olhem que contra mim falo, que só votei uma única vez quando o podia ter feito mais vezes. Mas quis contrariar a tendência e quis contrariar a minha mãe, que fala do seu partido político como se de uma equipa de futebol se tratasse. "Eu não sou vira-casacas. Se eu sempre votei no partido X é no partido X que eu vou votar." Ela não sabe minimamente os princípios que o partido dela defende mas para ela é como se fosse um dado hereditário: Se os avós e os pais já o faziam, ela também teria que o fazer. Será que daqui a uns anos será assim com a Casa dos Segredos?

Por muito que o povo queira (ou não) entender o que se passa na Assembleia e entender as ideologias dos partidos políticos, isto será muito complicado enquanto não formos sensibilizados para tal.
É preciso consciencializar o povo dos seus direitos e deveres e transmiti-lo nos media para que todo e qualquer inergúmeno saiba aquilo que anda a fazer, antes que seja tarde de mais e todos julguem a África um país fantástico ou antes que queiram dar um valente aperto de mão ao Sr.Chernobyl.

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